Designboom - Weblog

sábado, 6 de outubro de 2007

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Let me sing you a waltz

... out of nowhere, out of my thoughts
Let me sing you a waltz
About this one-night stand
You were, for me, that night
Everything I always dreamt of in life
But now you're gone
You are far gone
All the way to your island of rain
It was, for you, just one- night thing
But you were much more to me
Just so you know
I don't care what they say
I know what you meant
for me that day
I just want another try
I just want another night
Even if it doesn't seem quite right
You meant for me, much more
Than anyone I've met before
One single night with you
Is worth a thousand with anybody
I have no biterness, my sweet
I'll never forget this one-night thing
Even tomorrow, in other arms
My heart will stay yours until I die

Let me sing you a waltz
Out of nowhere, out of my blues
Let me sing you a waltz
About this lovely one-night stand.

Julie Delpy in "Before the sunset"


quinta-feira, 19 de julho de 2007

Rotinas - Bom ou mau?!


Pela minha pouca experiência (só tenho 26 anos), a rotina é necessária e faz-nos muito bem...se, moderada e com equilíbrio.
O equilíbrio é a essência da rotina. Ou seja, a rotina é necessária porque nos marca o ritmo, o compasso (como numa música). É claro que dentro dessa rotina podem existir diversas variações, assim como numa qualquer música. Senão tivermos ritmo na vida, digo equilíbrio ou rotina prosseguimos "desafinados" como numa composição musical.
Pode então dizer-se que ROTINA=EQUILÍBRIO=RITMO.
Quando se fala muito, hoje em dia, das influências orientais, e das fusões orientais e ocidentais, comenta-se a questão do YIN e YANG, que significa apenas Equilíbrio entre as partes. Por alguma razão, a história dos orientais é mais vasta e teve um maior desenvolvimento do que a nossa, a denominada de "O Velho Continente". Isto, já para não falar das medicinas alternativas, que deveriam ser medicinas complementares.
Pode ainda ir-se mais longe, voltando à questão da rotina e, afirmar que:
ROTINA=EQUILÍBRIO=RITMO, logo pressupõe MOVIMENTO que por sua vez pressupõe CONHECIMENTO.
Então temos: ROTINA=EQUILÍBRIO=RITMO=MOVIMENTO=CONHECIMENTO

Em tudo na vida precisamos destas 5 palavras intrínsecas nas entranhas no nosso consciente subconsciente.

Questiono então se, a rotina é ou não um equilíbrio necessário para desencadear um ritmo, que nos permita movimentar e aumentar o nosso conhecimento? Faz-nos ou não, mais conscientes da nossa vida?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A importância dos novos materiais para o Designer - A Revolução do Plástico

Introdução

Que importância tiveram os novos materiais no mundo actual? Que mais valia vieram dar ao design? O que trouxeram de novo para nós?

Poucas são as pessoas no mundo que repararam ou que deram importância aos materiais dos objectos (e não só) que utilizamos diariamente como ferramentas de trabalho ou, como soluções para resolver problemas. Vivemos tempos conturbados num arrepiante frenesim diário, com temores e receios constantes devido a guerras ideológicas e pela obstinação de nações mundiais, com sede de poder e domínio global. Assim, quem tem tempo para se preocupar com a matéria e a materialidade dos objectos que constantemente usufruímos sem lhes dar relevância.

O «plástico». Já alguém reparou na importância que «os plásticos» têm nas nossas sociedades actuais? A revolução que originou ao contribuir para a facilidade de concretizar tarefas, ideias e soluções, nunca possíveis anteriormente. Isto, em diversas vertentes, tanto a nível social, como em áreas da ciência e, inclusivé, a nível cultural. Um bom exemplo, é a quantidade e qualidade de novos serviços e soluções na área da medicina. Sem o «plástico», era impossível hoje em dia, existirem tantos meios e soluções que prolongam a vida e evitam a morte em todos os cantos do mundo. O «plástico» veio salvar vidas, apesar de no seu início e, como em tudo o que é novidade, haver quem não gostasse e fosse contra. Geralmente, de uma forma particular, todas as novas descobertas não são bem aceites. Isto em qualquer parte do planeta. Muitas vezes isto acontece pela «necessidade» que algumas nações têm em deter o monopólio económico.

Por isso, vou tentar neste texto (análise), abordar um pouco de todas estas questões e temas, relacionados com o aparecimento de cada vez mais novos materiais, a evolução dos tradicionais mas, dando mais importância ao material «plástico». Para tal, tenho como grande referência o livro «A Matéria da Invenção», de Ezio Manzini, através do qual tentarei elucidar o melhor possível sobre a temática «A importância dos novos materiais para o designer – A Revolução do «Plástico».

Experiências: acumulação de conhecimento

A experiência é muitas vezes o melhor caminho para o conhecimento. E, existem factos que demonstram que a nossa automatização diária desde que nascemos até hoje é extremamente importante porque nos vai dar conhecimento através da experimentação. E é essa mesma experimentação que vai dar aos designers matéria de investigação, encontrando problemas nestes “sistemas automatizados”.

Um bom exemplo é um miúdo a brincar com uma bola. A automatização de movimentos são reflexo de uma familiaridade com a realidade física dita “normal”. A criança acumula conhecimento através da aparência da bola, das suas cores vivas, elasticidade, cheiro.

A história biológica, cultural e social do Homem baseia-se em experiências elementares deste tipo, sobre as quais acumulam progressivamente imagens, formas, diferentes conhecimentos e várias maneiras de se aperceber de tudo o que o rodeia. No entanto, com o progresso sucessivo a nível técnico e científico atingiu hoje uma tal complexidade e profundidade na capacidade de manipularmos o existente, o que nos mostra uma visão da matéria que contradiz todas as ideias iniciais.

Hoje em dia os movimentos que o miúdo executa ao brincar com a bola, tornam-se um ciclo comum no ambiente material e imaterial. Podemos encontrar “matéria” que é pura informação como um jogo de computador. Claro que jogar com uma bola num computador não é o mesmo que jogarmos com uma bola fisicamente real. Mas não nos impede de ter uma reacção emotiva e de grande carga psicológica. Como não podemos negar a facilidade que nos traz um computador quando este nos permite simular objectos e realizar-lhe testes físicos, embora de uma forma virtual, o que nos permite poupar e antever esforços inglórios na criação e concepção material de novos objectos. «(…)O computador torna-se assim uma extensão dos nossos sistemas nervoso e sensorial, como uma prótese(…)», o que nos abre novos caminhos na metodologia projectual e no design, particularmente…podemos até, “entrar” nos objectos e decompô-los, variar materiais, simular luzes, e muitas outras coisas, apesar de uma forma virtual e simulada.

Analogias

Outrora, criava-se sem se perceber o que eram os materiais, como eram?!, sem os conhecer, usavam-se baseados na intuição, relativamente às suas características materiais e à sua materialidade. Este aspecto relega-nos para «(…)a relação entre o que conhecemos como imagem e o que conhecemos pela experiência directa» que aumenta a cada dia que passa. É como a experiência de viajar. Os antigos viajavam para encontrar novos mundos, novas terras e ultrapassarem os seus medos míticos do desconhecido. Hoje em dia, viajamos para constatar-mos de facto se as imagens que vimos nas revistas ou livros, ou até mesmo na televisão, são realmente verdadeiras, enfim, para estabelecer comparações entre o visto por imagem e o real. E, também sabemos que há imagens que não podem ser vistas têm de ser sentidas. Só estando lá, fisicamente nos apercebemos de toda a envolvência quer a nível cultural, social, tecnológico, ou a outro nível qualquer. Podemos também dizer que em certos aspectos da materialidade se passa o mesmo.

Temos um mundo repleto de informação e complexidade, onde temos objectos que comunicam connosco, como multibancos, GPS, que nos dão a posição exacta através de um satélite no espaço e muitos outros gadjets. São objectos cada vez mais complexos e com crescente número de componentes. Encontramos também, analogias entre a imagem física e sensorial do que é natural e o que «parece» natural, logo, artificial. Isto, porque «(…)a transformação dos materiais, dos processos de fabrico e do conhecimento tecnológico produz um artificial que põe em questão a tradicional “reconhecibilidade” do material, bem como todo o sistema de relações espácio-temporais que baseamos nesse artificial.» Ou seja, temos a capacidade de criar materiais que se parecem com outros materiais, como plástico que parece relva (relvados sintéticos, árvores de natal, etc), cerâmica que parece madeira, fibras compostas (ou materiais compósitos) que imitam madeira, pedra, com resistência ao fogo e a outras intempéries.

Para tudo isto, contribuíram diversas incidências. Um bom exemplo, «(…)Revolução Industrial: uma metalo-mecânica produz uma folha contínua de aço. O material é homogéneo e, observado de perto, a superfície é plana, as arestas são vivas. A máquina produz exclusivamente uma ordem que para a Natureza é improvável.».

O impossível hoje é o possível do amanhã

De facto, hoje podemos criar formas muito diferentes das produzidas anteriormente; podem-se modelar, criar, conceber formas mais aproximadas da Natureza. E daí, a analogia entre o natural e o artificial. Embora existam ainda muitas coisas (para já) impossíveis de reproduzir. O que não impede que existam já projecções futuristas de problemas a resolver e, que projectam uma imagem muita orgânica, muito ligada à Natureza (com auxílio de novas disciplinas como a Biónica ) embora continue artificial.

Podemos então afirmar que o material para o designer não passa de um conjunto de propriedades controladas que se podem manipular para criar ainda, mais novos materiais. Neste contexto, as funções que individualizam os “materiais” tendem a tornar-se cada vez mais complexas e integradas. Há também uma tendência crescente para verificarmos que os objectos são hoje feitos daquilo que parecem ser e dos desempenhos de que são capazes. «(…)a aparência, na actual fase técnica e cultural tornou-se geralmente a única realidade que nos pode servir de referência.»

Familiaridade com os materiais

No decurso da sua história, a madeira tem sido tratada de muitas maneiras, submetida a todos os esforços mecânicos, voluntários ou não e, foram-se definindo as suas características e propriedades tornando-se num material familiar de uma forma local e lentamente (actualmente, esperamos que isso não aconteça com os novos e imensos materiais emergentes). O mesmo podemos dizer de todos os materiais empregues ao longo da nossa história. Isto permitiu ao Homem “torná-los” conhecidos ou familiares porque haviam poucos materiais e eram perfeitamente distintos, de tal modo que cada um correspondia a um uso ou função específica. Além disso, mantinham-se constantes no tempo, em termos das suas propriedades e características. A introdução de novos materiais era feita muito lentamente permitindo assim, adaptar-se à imagem captada pelo Homem. Hoje, é muito complicado absorver e assimilar tanta informação relativa aos novos materiais introduzidos (não querendo exagerar) quase diariamente. Só em «plásticos» temos uma enorme diversidade. E nós estamos tão familiarizados com eles que nem reparamos. O «plástico» do computador e seus componentes, o «plástico» das próteses e de muito material médico e cirúrgico, o «plástico» dos carros e de alguns componentes e, outros tantos exemplos de «plásticos».

O «plástico» dissimulado

Relativamente ao «plástico», a história do mesmo não é linear. O próprio termo «plástico» como o tenho retratado, sofreu uma crise de identidade, passando de material quase de luxo a produto de massas, de algo inovador a destruidor do ambiente, do kitsch à era espacial. Mas tudo isto, com o desenvolvimento e o progresso cada vez mais rápido e dinâmico e, com tantos acontecimentos a emergirem por todo o lado, passou a ser passado. E, com o decorrer dos últimos anos tudo se alterou. Já temos «plásticos» amigos do ambiente, diversificados, com diferentes aplicações e funções e, acima de tudo, reutilizáveis e recicláveis. Também porque cada vez mais se torna uma preocupação a questão do ambiente para o design e para o designer. Logo, na criação e na inovação, é hoje muito relevante pensarmos se aquilo que pensamos e idealizamos não nos irá afectar futuramente. E para isso, já temos pessoas qualificadas e instruídas, engenheiros de materiais capazes de criar materiais amigos do ambiente. E o designer tem, intrinsecamente de ter esta questão em conta.

O que trouxeram de novo

Não esquecendo as preocupações ambientais, temos de nos questionar sobre o que afinal trouxeram de novo os «plásticos». Assim como outros materiais, em termos estéticos e criativos, veio trazer simplificação de formas e uma materialidade muito orgânica. Muitas curvas, não vistas até então, ou porque os materiais não o permitiam ou simplesmente pelos primitivos processos de criação não os imaginarem possíveis de materializar com os materiais conhecidos até então. Novas possibilidades criativas e inventivas. O que na minha opinião, veio realçar cada vez mais o papel do designer no meio cultural, social e ideológico. Veio também, enfantizar a importância que o designer pode e deve ter no assumir de responsabilidades decisivas para com ele e com o mundo. E se pensarmos bem o design existe já, há muito tempo mas foi só com a “Revolução do Plástico” que se tornou mais visível. Pois, para mim o design “nasce” quando o primeiro homem se apercebe que manipulando objectos pequenos (ou materiais, embora de forma involuntária) os podiam manipular, utilizar, e até criar ferramentas ou armas para caçar e para se defender.

Em suma, tudo isto veio dar ao designer mais e novas oportunidades para dar uso à sua criatividade e à inovação, logo, veio realçar o papel do designer cada vez mais importante, nas sociedades actuais.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Análise Crítica do Texto: «Dói-nos o espaço», de Arq. Luís Maria Rodrigues Baptista

Com a crescente evolução tecnológica somos constantemente bombardeados com produtos e equipamentos que nos ajudam a suportar a nossa existência. São estes produtos e equipamentos que enchem os nossos lares de conforto, tal como o próprio espaço arquitectónico. Ambos suportam ou auxiliam toda a nossa existência física e cultural. Mas será que suportam mesmo!? Ou somos forçados a pensar assim e assim é que deveria ser!? A maioria das pessoas (nomeadamente nos países ditos desenvolvidos), após a compra de uma habitação ou de um outro qualquer objecto, esquece-se dele passado algum tempo não lhe dando mais importância; não porque já não satisfaz a necessidade que o levou a comprar mas porque começou a fazer parte do nosso frenético quotidiano.

Dando como exemplo a televisão: será que nós não temos uma televisão porque crescemos a pensar que precisamos dela e porque na nossa geração passou a ser um acto cultural? Há alguns anos atrás não havia televisão e isto não quer dizer que não existisse conforto, pois não? Talvez se nunca tivéssemos visto televisão nunca sentiríamos necessidade de a ver. O mesmo se pode dizer dos telemóveis; hoje é quase uma necessidade intransigente. Alguém pensa sequer em não o ter? Qualquer miúdo de 6 ou 7 anos tem um!!! Porque lhe dá conforto? Ou porque os pais assim os podem controlar e assim ter uma sensação de conforto. Não questiono a sua utilidade mas sim o conforto que dá.

Ao nível do espaço arquitectónico poderá dizer-se que acontece o mesmo. Podemos ter um apartamento muito espaçoso com uma vista maravilhosa e excelentemente mobilado com o que de melhor existe e com tudo o que fomos educados a ter porque assim o entendemos. Ninguém foi educado ao nível da organização do espaço, fazemos o que culturalmente nos parece adequado e temos aquilo que os outros tinham e ainda o que aqueles têm, não nos questionando se realmente todo este conjunto nos dá conforto e, acima de tudo se nos identifica e particulariza entre a globalidade dos habitantes do mundo. Como costumo dizer somos todos habitantes do mundo e, se eu fosse nómada e passasse a minha vida a «viajar pela minha casa», o planeta não me iria sentir confortável!?

Na minha opinião, penso que isto se deve a uma questão cultural e ao medo de inovar por estarmos acomodados ao meio actual. Temos medo de encontrar novas formas de organização, de vivência, de habitat. Parece que receamos ter uma identidade própria que nos distingue uns dos outros. Damos demasiada importância àquilo que vimos e ao que os outros têm e não nos preocupamos com aquilo que realmente nos satisfaz e dá conforto.

Somos bombardeados diariamente pelos meios de informação e comunicação com padrões e modos de organização tão enraizados e dogmáticos que nem nos questionamos porque o fizemos…Tenho a certeza que se cada um de nós tivesse a capacidade de “formatar a sua memória”, há muito que teríamos outras possibilidades e novas maneiras de explorar os nossos “espaços arquitectónicos” e assim melhorar o nosso conforto, seja ele visual, físico, metafísico ou psicológico.

Eu diria que a liberdade e a capacidade de abstracção (poderei dizer intuição!?) serão possivelmente as melhores formas de criação de novos produtos, ambientes e novos habitats mais confortáveis a todos os níveis.